A gente veio de um lugar. Todo mundo. E muitas vezes a
infância foi lá, e lá se viveram momentos, e vem imagens e recordações... Boas,
ruins, curiosas, remotas. Quase sempre nebulosas. A ponto de se haver dúvidas
se não foi um sonho. Seguindo nas andanças, atrás das águas a serem limpas,
aportei para um almoço, no meu ponto de partida. Encravado em um mar de
cidades ao norte da capital, o Esteio segue lá. Diferente do que já foi, com
algo que ainda ficou.Cidade dormitório, foi uma definição. Periferia um tanto
cinzenta, talvez alguém já tenha pensado nesse conceito. Mas a transformação do
país, parece também se manifestar ali, ao menos na observação com a boa vontade
de um filho. O cafezinho foi em uma chocolataria com fotos de Gramado, com nova
decoração e esforço de um empreendedor local. Atrás da vitrine a avenida com
lojas e gentes. De rua. Mas que poderiam estar nos shoppings, ou não. O casal
gostou de uma carreta de bois de brinquedo, cheia de chocolates mas que não
estava à venda. “Quase perdi o dedo em uma destas, quando morava no interior”
foi o breve depoimento da mulher que fez o café. Os que saíram do campo para as barulhentas fábricas, chegaram ao ar condicionado com direito a internet
sem fio. Misturados aos que estão ainda querendo querendo passar estas etapas. Para ir até ali? Uma estrada com três pistas e alta velocidade em meio aos arrozais é o novo caminho deste ano, na promessa de se desatar o nó viário. Com o Morro Sapucaia no
fundo, uma placa indica a saída que ainda está em construção. Como o país...
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