E ele fez 90 anos. O folclorista Paixão Cortes, para quem
não sabe, é a figura masculina que serviu de inspiração à simbólica
estátua, que recebe os visitantes nas proximidades do Aeroporto de Porto Alegre.
Elaborada em bronze por Antônio Caringi em 1958, foi inicialmente idealizada
para presentear paulistas, mas o orgulho falou mais alto e ela acabou por ficar
no rincão. O lugar onde está hoje é sua segunda morada, pois foi transferida de
um lugar 600 metros mais a frente em 2007, para a construção de um viaduto. O
jovem que se dispôs a pousar no auge de seus 30 anos fazia parte de um ousado
grupo que vinha mobilizando a sociedade para resgatar o espírito do gaúcho dos
pampas. Com a proliferação de filmes estrangeiros nos cinema de um país cada
vez mais urbano nos idos dos anos 40, aqueles corajosos estudantes faziam ao
seu modo, um bravo enfrentamento a uma incipiente globalização. Seu espírito
regional não foi em vão e o movimento tradicionalista ganhou força nas décadas
seguintes, capitaneado muitas vezes pelo próprio Paixão Cortes. Que depois de uma vida
dedicada a sua gente, declarou pouco antes deste seu recente aniversário que se recolheria
a vida privada. Onde poderá descansar, olhando de longe os campos sem fim, ou
mesmo os astros do firmamento. Para se encher de orgulho dos seus mais marcantes feitos.
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