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4 de dezembro de 2016

Vôo interrompido em Sapucaia do Sul



O velório acabou. E neste domingo em que a bola não rola por óbvios motivos, as tentativas de explicações e providências relativas ao trágico desfecho de um vôo na Colômbia, já começaram. E os casos semelhantes que traziam grupos esportivos, também já foram lembrados. Mas aqui no sul, uma queda em uma noite fria e também chuvosa, em uma região montanhosa perto do pouso, comoveu os que neste mundo ficaram. Publicamos novamente aqui neste domingo de reflexão, o que já colocamos na revista...  Era 28 de julho e o apito final da Copa do Mundo de 1950, trazia gaúchos que voltavam do Rio de Janeiro para casa nas asas de um Constelation da Panair. Seu destino, a Base Aérea de Gravataí (que depois passou a ser de Canoas), pois a pista do então Aeródromo de São João (futuro Aeroporto Salgado Filho) na capital não era pavimentada. Na aproximação, uma arremetida da aeronave surpreendeu os passageiros, na primeira tentativa de pouso. Houve ainda uma segunda chance sem sucesso, e a aeronave com 51 almas a bordo partiu para repetir mais uma vez o procedimento, que não chegou a acontecer. Na sua terceira volta sobre os céus da hoje região metropolitana de Porto Alegre em meio à chuva insistente e cerração, o morro do Chapéu (também conhecido como das Cabras) em Sapucaia do Sul foi o trágico destino final do voo, e da vida de seus tripulantes e passageiros. O choque seguido de incêndio não deixou sobrevivente, mas marcou as famílias dos que se foram, e os que moravam nas proximidades e presenciaram o inédito acontecimento. Era a maior tragédia aérea da América do Sul até então. Com o passar dos anos, muito medo e tristeza cercou uma elevação que pode ser considerada como um dos pontos avançados do início da serra gaúcha. Há quem diga que seja possível ainda sentir o cheiro de queimado que se propagou naquela noite de julho, ou que o capim seco que cresce ao seu redor, devido ao fato nunca mais ficou verde. Verde.... 

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