Não era uma sexta-feira 13, mas era em janeiro, dia 26.
Talvez quente naquele verão de 1909, mesmo com o vento que deveria soprar em
cima da ponte Ferroviária sobre o Rio Taquari, na localidade de Barreto em Triunfo.
O engenheiro francês Cláudius Mathon, responsável pela notável obra em vias de
finalização, caminhava lentamente sobre a estrutura a partir de uma de suas
margens. Para a última jornada... Atônito, ele revisara vezes e mais vezes seus
cálculos, mas não encontrou o erro que resultaria em um pequeno deslocamento entre
as estruturas que saiam de cada margem, pois os pilares não estavam
precisamente alinhados. Era o fim. Não poderia admitir este deslize, na rigidez
que conduzira o seu trabalho. Terminar seus dias no fundo das águas daquele rio
da América do Sul com um tiro na cabeça parecia-lhe ser o destino correto para
sua honradez. A história desvendada há pouco chamou a atenção de seus
descendentes franceses que a desconheciam, acreditando que uma doença havia lhe
tirado a vida. Disseram inclusive, que sua esposa que permanecera no país de
origem planejava estar ao lado do marido na conclusão do empreendimento. Mas
teve que cair em luto, sem velar aquela pobre alma distante. A bela construção
segue firme passado mais de século, recebendo as locomotivas que ainda restam
nos dias de hoje. E os barcos que passam entre a obra, e os restos mortais de
seu idealizador...
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