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25 de maio de 2017

A intolerância aos pés do Morro Ferrabraz


De grupos religiosos e suas crenças no século XIX... A marcante história da batalha final entre o exército do império brasileiro e um grupo de colonos alemães em 1874, é um assunto deveras delicado da saga da imigração no sul. Um casal que prometia remédios e palavras para a cura de colonos desassistidos, talvez pela distância dos grandes centros, começou a fazer sucesso no século XIX na região do Ferrabraz. As poções do marido eram complementadas pelas palavras da liderança espiritual de Jacobina Maurer, e seus rompantes de paranormalidade segundo vários relatos. Teatro? Poderes extraordinários? Fanatismo? Força mental? Difícil dizer, não só pela distância do tempo, mas também pela polêmica... O fato é que os seguidores foram aumentando a cada dia, gerando preocupações na ordem vigente. Aos poucos os que buscavam a cura para algum mal junto ao grupo, eram questionados e confrontados, sobre a eficácia e os métodos alternativos de melhoria física e mental a que se sujeitavam. E as divergências foram aumentando sua força, virando farpas e rusgas... E no arrastar dos acontecimentos, lares e amizades começaram a ser desfeitos, com ida de muitos para residir perto de quem lhes dava esperança. A perda destes fiéis alertou as igrejas católica e luterana, que se juntaram para tomar providências contra este novo, temeroso e misterioso concorrente. Que ousava interpretar as sagradas palavras ao seu modo... Autoridades foram acionadas, julgamentos foram realizados, mas a força da liderança desta forte mulher sobreviveu. Perseguição? Cuidado e zelo com a ordem? Busca da paz social? Mais uma vez difícil dizer olhando de uma janela com mais de 140 anos... Fato é que o ódio havia crescido e o radicalismo já estava formado. E os cidadãos que antes viviam em uma comunidade isolada, mas pacífica começaram a usar as armas que abatiam o alimento em caçadas, para derrubar o inimigo em confrontos isolados. E antes que a guerra se instaurasse sem controle, tropas imperiais sob o comando do Coronel Genuíno Sampaio foram chamadas para o confronto final. Depois de perderem o primeiro embate, voltaram com reforços e terminaram com a festa. Era o fim dos Muckers, e da vida de sua líder e alguns seguidores, bem como de soldados e de seu comandante. Perderam todos os que tombaram, e os que ficaram ganharam além da vida, a triste, mas relevante história. Que tem muito a nos ensinar... 


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